Admirável Mundo Novo: Descubra o futuro genial previsto por Aldous Huxley

Prepare o dicionário, porque Admirável Mundo Novo é uma leitura que desafia o vocabulário.

Posso começar dizendo que achei o livro simplesmente genial, não é à toa que mesmo tendo sido escrito em 1932, a história ainda nos encante, e nos faça questionar: será que um dia veremos esse futuro chegar?

Sim, Admirável Mundo Novo nos mostra uma sociedade onde os indivíduos não são nascidos, mas criados. Onde não há escolhas, mas sim condicionamento. Uma sociedade onde não há instabilidade social, porque cada um está plenamente satisfeito com a posição que ocupa, com o trabalho que exerce, com a vida que leva.

Igualitária? Nem de longe. Uma sociedade mais que capitalista, que se especializou em entregar a felicidade para todos em apenas alguns gramas de soma (a “droga” mais que legalizada, que faz os indivíduos dessa sociedade esquecerem suas tristezas, angústias e toda gama de sentimentos tóxicos).

No Admirável Mundo Novo os laços familiares e amorosos são inexistentes. Todos são desencorajados a amar demais, e para isso é possível amar a todos. Apoiados são os que possuem inúmeros parceiros sexuais, vistos como aberrações aqueles que sentem o desejo de manter um relacionamento monogâmico.

Aldous Huxley [1894-1962] nos faz questionar até onde nossos sentimentos são instintivos, naturais. Nos faz pensar se poderíamos pensar e sentir diferente se assim tivéssemos sido condicionados. E de novo digo, ele faz isso de forma genial. Aldous Huxley é um escritor inglês, e não é de se admirar que outros autores também importantes façam referência a ele. Digo isso, porque enquanto eu lia Admirável Mundo Novo eu também lia outros livros, dentre os quais dois deles citaram o autor. Um deles era Escarafunchando Fritz: dentro e fora da lata de lixo, de Fritz Perls. O outro era Coiote, de Roberto Freire. Ambas as obras relacionadas à Gestalt Terapia.

Outra obra que me fez lembrar imediatamente de Admirável Mundo Novo foi o seriado Westworld. As semelhanças são muitas, o que me fez questionar se a semelhança é proposital, ou se não se trata de uma sintonização na mesma frequência do inconsciente coletivo de ambos os autores.

Digo isso porque às vezes acontece de você ter uma ideia, que para você parece ser totalmente nova, e dias depois você vê alguém completamente desconhecido colocando em prática a ideia tal como você a idealizou. Isso acontece muito, ou talvez porque as mentes estão de alguma forma todas conectadas, e transmitem as ideias umas às outras, ou porque todas as ideias estão no ar, e as capta quem estiver aberto.

Em ambas as tramas (tanto em Westworld, quanto em Admirável Mundo Novo) existe um mundo totalmente novo (geniais, por sinal) idealizados por um Ford, enquanto tudo acontece em torno de um pobre Bernard, que padece por achar-se consciente demais, quando na verdade não passa de mais um dos manipulados de uma sociedade perfeita no quesito realização dos desejos.

As duas histórias nos levam a refletir qual é o significado de cada passo que damos em nossas vidas. Nos fazem pensar naquilo que chamamos de felicidade, e nos fazem cogitar se um dia será possível que uma sociedade inteira possa desfrutá-la sem limites.

Admirável Mundo Novo é sem dúvida um dos melhores livros que já li na vida.

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