Você também tem medo do livre-arbítrio?
- Admin
- 11 de jan. de 2017
- 2 min de leitura
Imagine poder escolher absolutamente tudo o que compõe a sua vida. Escolher suas roupas, o seu carro, a casa em que você vai morar, os destinos para os quais vai viajar, as pessoas que vão te rodear, até mesmo o formato do seu corpo, o tom de sua voz, a cor do seu cabelo.
Parece um sonho, não é mesmo?

Poucas coisas na nossa vida fomos nós mesmos que escolhemos. Temos a sensação de que fazemos quase tudo porque somos obrigados.
Por exemplo, você nasce em uma família onde seus pais são extremamente autoritários, daí tem que obedecê-los, senão… vai para escola e lá tem uma cartilha o qual tem que seguir, senão… quando quer namorar tem que pegar o primeiro melhorzinho que aparece, senão… você entra na empresa e tem lá um chefe que diz o tempo todo o que você tem que fazer, e mesmo odiando tudo aquilo você tem que fazer, porque senão…
A vida está cheia de “senãos”. Temos uma, ou duas escolhas na melhor das hipóteses.
Estamos sempre com a corda no pescoço, com obrigações e mais obrigações.

Algumas vezes temos contato com poetas, pensadores e pessoas inspiradas que nos dizem que a vida é feita de escolhas, mas na primeira topada que damos pensamos: “é o destino, temos que passar por isso”.
Espera aí. Podemos escolher ou temos um caminho já traçado para seguir?
Tenho para mim que, sim, temos o livre-arbítrio, mas acabamos optando pela segunda opção, porque ela é menos trabalhosa e dolorosa.
Sim, escolhemos embarcar em situações que tiram nossa liberdade. O dinheiro é um grande sinal disso. Imagine você com muito dinheiro: o que escolheria fazer, e como se sentiria diante dessas escolhas?
Brincando nesse cenário, eu percebi que se eu pudesse escolher ter de verdade tudo o que eu queria eu teria que deixar para trás pessoas que amo. Tenho medo, então hesito, e de alguma forma arranjo um jeito de acabar com o meu dinheiro e com as possibilidades de ganhar mais, só para ter uma só escolha: a de ficar perto daqueles que me fazem companhia na pobreza.

Odiamos ter que escolher, então fazemos com que Deus, os pais, a família, o cônjuge e/ou os amigos escolham para nós e por nós.
É horrível ter que dizer “eu fiz essa escolha porque quis”, porque se dá errado, logo vem a culpa. Se machucamos alguém, vem a culpa. Se nos machucamos, vem a culpa.
Temos muito medo da culpa, e parece que o pós-escolhas está sempre cheia dela.
Sabe de uma coisa, nós sempre podemos escolher. Em geral, escolhemos não podermos escolher. E o Universo (ou Deus, se preferir) em sua Infinita Bondade, respeita nossa escolha.
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